Traças
As pragas que afectam os tecidos, os couros e as peles são importantes a nível doméstico e a nível industrial. Estas pragas devem-se essencialmente a insectos que têm capacidade para digerir e utilizar a queratina, como algumas espécies de traças e escaravelhos. A queratina é uma proteína de tecidos dos mamíferos como o cabelo, as unhas e a pele, os cornos e as penas.
A capacidade de digestão da queratina, associada à utilização pelo homem da lã, das peles e da plumagem dos animais constituem a base da problemática das pragas que afectam os tecidos, os couros e as peles.
Os tecidos podem ainda ser atacados por ácaros que se encontram preferencialmente no mobiliário estofado mantido húmido durante tempo suficiente para o seu interior ter apodrecido. Também os peixinhos de prata, as baratas e os ratos, entre outros, podem ocasionalmente atacar os tecidos, couros e peles, mas não têm capacidade para digerir a queratina.
As principais espécies de traças que afectam os tecidos, os couros e as peles são a traça da roupa tecida (Tineola bisselliella) e a traça da roupa formadora de saco (Tinea pellionella). São insectos pequenos, os adultos têm cerca de 1,2 cm. Os seus hábitos diferem dos da maioria das traças onde raramente são vistas a voar à volta das luzes, preferem locais escuros, voam ocasionalmente mas, na periferia de zonas iluminadas.
Os adultos não se alimentam, são as larvas que provocam os danos. Nas habitações são as pragas mais frequentes do vestuário, tapetes, tapeçarias, peles e todos os produtos que contenham queratina, tendo uma preferência especial por tapetes de lã e vestuário armazenado.
São também atraídas para os materiais sujos com secreções sebáceas do cabelo humano, secreções doces de origem humana, urina, cerveja e leite, pois têm necessidade de outros nutrientes para balancear a sua dieta.
Várias espécies de escaravelhos Anthrenus, Attagenus e Dermestes podem afectar os tecidos, os couros e as peles. Tal como acontece com as traças, apenas as larvas provocam os danos. Embora não sejam tão frequentes como as traças, normalmente os prejuízos que podem provocar são economicamente mais importantes. Também se alimentam de pólen e podem entrar nos edifícios em flores cortadas.
Prevenção das pragas dos tecidos, couros e peles
Tal como referido, de uma forma geral estas pragas fogem da luz, pelo que os artigos guardados são especialmente susceptíveis. Escovar, sacudir e aspirar os tecidos, couros e peles é uma boa prática. A melhor forma de prevenir uma infestação é proteger os artigos passíveis de ser atacados e eliminar os artigos de lã, peles, penas, etc. não usados e sem utilidade previsível. Armazenar apenas roupas limpas. A limpeza a seco mata as traças e os escaravelhos. Os roupeiros e outros locais onde se guarde vestuário e roupas de casa devem ser arejados e inspeccionados regularmente.
Os cobertores e as peças de lã devem ser limpos antes do verão e armazenados em recipientes (sacos) fechados. Se este armazenamento tiver uma duração superior a uma estação devem ser adicionadas bolas de naftalina entre as camadas de artigos a proteger. Em recipientes bem fechados uma aplicação anual é normalmente suficiente.
Também as acumulações de poeira e cotão nos cantos, por trás dos móveis, nas vias de ar quente ou frio das habitações devem ser evitadas, aspirando estas áreas, cuidadosa e frequentemente, afastando os móveis e limpando regularmente os locais menos acessíveis. Desde que sejam aspirados com frequência os tapetes raramente são afectados.
Inspeção de locais infestados por pragas dos tecidos, couros e peles
Tal como acontece com outras pragas, antes de qualquer tentativa de controlo, deve proceder-se a uma inspecção detalhada dos locais infestados de forma a identificar as fontes de infestação.
No caso destas pragas é importante não esquecer que os adultos não se alimentam dos mesmos materiais que as larvas, o que significa que a presença de adultos não é sinónimo da presença de larvas no mesmo local.
É também importante não esquecer que se trata de pragas que preferem locais escuros e escondidos e que podem ter origem não só no vestuário, tapetes, cortinados ou estofos, mas também em qualquer material presente nos edifícios que contenha queratina, como por exemplo colecções que contenham fibras de origem animal, tubagens de ar, ninhos de aves, acumulações de pelos de animais de companhia nas casas em que estes se encontram, etc.
Metodologia Ectoparasitas / Artrópodes
Neste tipo de infestação, e após avaliação das áreas, deve ser aplicado o inseticida de várias formas:
Aerossol
Pulverização
Termonublização
Aprovação oficial dos produtos
Todos os produtos a utilizar estão devidamente autorizados pela direcção geral de saúde e pela D.G.P.C (direcção geral de protecção das culturas). Qualquer informação ou esclarecimento adicional relativamente aos produtos será devidamente facultado pela antiPRAGAS.